O documentário conta a história do líder camponês Manoel da Conceição, que faleceu em 2021 mas seu legado permanece.
Manoel da Conceição, um símbolo da resistência camponesa no Maranhão, chega às telas do cinema por meio do documentário “Minha Perna, Minha Classe”. O documentário estreou na última sexta-feira (3) e será exibido em Imperatriz na próxima sexta (10), às 19h, no Cine Star, localizado no Tocantins Shopping.
A exibição do filme faz parte da programação dos 43 anos do Partido dos Trabalhadores e Trabalhadoras (PT) no país. Em Imperatriz, a programação inicia na sexta (10) e segue até domingo (12) com uma feijoada no ‘Spaço eventos’, a partir das 11h.
“Minha perna, Minha Classe” retrata a história do líder camponês Manoel da Conceição, desde sua infância, à criação dos primeiros sindicatos, às perseguições, à prisão, à fuga pelos países, até sua libertação. O camponês faleceu em 2021, mas o legado permanece ainda hoje.
Cassia Melo, produtora executiva do documentário, relata que iniciou a pesquisa em 2019 e mais de 100 pessoas estão envolvidas na produção. “Estou nesse projeto de elaboração pela Lei de Incentivo à Cultura que foi em 2018, e a gente conseguiu captar [recursos] no final de 2019 para 2020. Enfim, a gente tem aí uns 5 anos de produção. Se eu for contabilizar a quantidade de pessoas indiretamente e diretamente envolvidas, a gente pode falar em volta de 100 pessoas a 150 ou 130”.
O projeto tem patrocínio do Governo do Estado do Maranhão e do Grupo Mateus via Lei de Incentivo à Cultura. A direção é do cineasta de Arturo Saboia e a produção executiva é de Cassia Melo.
Cassia Melo explica que o lançamento do documentário combinou com as vivências recentes quanto às ameaças à democracia. “Ele [filme] ficou pronto de uma forma até surpreendente com a discussão da democracia e a importância de lembrar: “Qual foi o pior legado da ditadura na vida das pessoas? a morte e a impossibilidade das pessoas exercerem a sua cidadania”.
A produtora afirma ainda que o filme “caiu como uma luva na discussão social do momento”. Para ela, Manoel é um exemplo de como os seres humanos devem agir diante das opressões e como a gente tem que se fortalecer em grupos para garantir os direitos. “Então Manoel tinha uma uma ideia e uma Filosofia de formação de líderes nas comunidades”.
Segundo ela, o filme fortalece os movimentos sociais e os líderes comunitários e sociais da atualidade. “Manoel da Conceição foi perseguido, torturado e exilado, tendo dedicado sua vida à organização da luta pela democracia e pelos direitos dos povos dos campos e das florestas”.
O título do filme “Minha Perna, Minha Classe” é uma referência à uma típica frase de Manoel da Conceição que teve sua perna amputada no período da luta e organização camponesa contra a ditadura militar, período em que ele foi exilado. Como forma de se manter firme na luta por dignidade junto a seus companheiros, Manoel sempre falava “Minha Perna, Minha Classe”.
Essa importante liderança sociopolítica do Maranhão viveu 86 anos e morreu no dia 18 de agosto de 2021, em Imperatriz, local em que viveu os últimos anos ao lado da família. Ao longo de 1h30, o documentário retrata uma vida dedicada à organização da luta pela democracia e pelos direitos dos povos dos campos e das florestas.
Jornalista especializada em Assessoria de Comunicação Organizacional e Institucional. Já vivenciou experiências profissionais nas áreas de publicidade e propaganda, produção de documentários, radiojornalismo, assessoria política, repórter do site jornal Correio de Imperatriz e social mídia. Boa parte de suas experiências profissionais foram em assessorias de comunicação institucional de ONGs, com ativismo social voltado para a defesa de direitos humanos, justiça socioambiental e expansão da agroecologia na região do bico do Papagaio; esses trabalhos ocorreram nas cidades de Açailândia, Imperatriz (MA) e Augustinópolis (TO).