A vida invisível de Eurídice Gusmão – Martha Batalha

Martha Batalha, pernambucana criada no Rio de Janeiro onde é repórter, escritora e autora dos livros Nunca Houve um Castelo, que saiu em 2018 e A Vida Invisível de Eurídice Gusmão de 2016, esse que foi publicado em mais de dez países – feito raro para um romance de estreia. É um livro festejado internacionalmente antes de chegar às livrarias brasileiras, com os direitos já vendidos para mais de dez editoras estrangeiras – e adaptado aos cinemas pelas mãos do diretor Karim Aïnouz, em 2019.

O livro é narrado pela própria autora e conta a história de duas irmãs, Guida e Eurídice, se passa no Rio de Janeiro no ano de 1940, em uma sociedade patriarcal.

Eurídice sofria para se adequar aos moldes de dona de casa exemplar, era mãe, porém definitivamente esse não seria o primeiro de seus sonhos, era introvertida, mas ao mesmo tempo uma pianista virtuosa. Guida, por sua vez, fugiu da casa dos pais com o namorado sem deixar notícias. Mas nenhuma das duas parecia estar feliz com suas escolhas.

A leitura desse livro me tocou de muitas formas, pois a história gira em torno de mulheres que foram criadas para serem apenas boas esposas, invisíveis em maior ou menor grau e, que não puderam protagonizar a própria vida. O que ocorre com muitas mulheres até os dias atuais.

Andrelva Sousa
Andrelva Sousa

Graduada em Serviço Social pela UNISULMA e faço parte do Clube de Livros Mulheres em Prosa que é um grupo de leitura de mulheres que leem mulheres e que se reúnem uma vez a cada dois meses para debater uma obra de autoria feminina. Nessa coluna, pretendo compartilhar com vocês sobre as leituras que já fiz e quais as percepções que elas me trouxeram. Uma frase que gosto muito é da Rosa Luxemburgo que diz o seguinte: ”Quem não se movimenta não sente as correntes que o prendem”.

Outras colunas

HQ de Fato – Luto é um lugar que não se vê e O Novo Sempre Vem

HQ de Fato apresenta duas histórias impactantes. “Luto é um lugar que não se vê” aborda o cuidado amoroso em meio ao luto, enquanto “O Novo Sempre Vem” narra a vida e inspirações de Vannick Belchior, filha do icônico cantor Belchior. Ambas as narrativas oferecem uma visão sensível e reflexiva sobre amor, perda e herança emocional.

Uma crônica sobre uma crônica

O autor relembra uma crônica de Paulo Mendes Campos que oferece orientações para uma jovem de 15 anos, conectando-a à sua própria experiência ao escrever uma carta não enviada para si mesma. Discute a complexidade das relações humanas e da experiência de leitura, revelando sua preferência por obras específicas e abordando a incerteza subjacente à seleção de livros e à compreensão dos outros.

Verdades dolorosas

Em ‘Verdades Dolorosas’ (2023), um casamento é abalado quando uma revelação surpreendente sobre o trabalho de um dos cônjuges desencadeia uma série de crises e questionamentos sobre amor, carreira e honestidade. Dirigido por Nicole Holofcener, o filme mergulha nas complexidades das relações de longo prazo e nas expectativas sociais, desafiando a ideia de que a verdade sempre traz conforto.

Rechaço em ti o que é estranho em mim

“Ela Seria o Rei” é o livro de estreia da escritora liberiano-americana Wayétu Moore, que narra a saga de Gbessa, June Dey e Norman Aragon em meio à fundação da Libéria. Com uma mistura de realismo mágico e ficção histórica, a obra aborda a colonização africana, destacando a resistência, exílio e os dons extraordinários dos protagonistas. Gbessa, amaldiçoada desde o nascimento, é exilada de sua aldeia, enquanto June Dey foge da escravidão nos Estados Unidos, e Norman Aragon herda o dom da invisibilidade. Suas histórias entrelaçadas revelam as tensões sociais, culturais e psicológicas de um povo em busca de liberdade e identidade.

Todos os conteúdos de autoria editorial do Portal Assobiar podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que deem os devidos créditos.

REDES SOCIAIS

INSCREVA-SE NA NOSSA NEWSLETTER