“Nós não tamo pedindo dinheiro, não. Nós tamo pedindo é oportunidade”, diz Antonia da Silva Manço, líder da Associação de Catadores e Catadoras de Material Reciclado de Açailândia

No dia 25 de abril, em Açailândia (MA), foi realizado o 1º Encontro Regional de Catadores de Materiais Recicláveis de Açailândia. Segundo a líder do projeto, Antonia da Silva Manço, o encontro foi muito proveitoso e contou com a presença de representantes de São Luís, Barreirinhas, Coroatá, Imperatriz, Buriticupu e escolas da região. O evento teve como objetivo chamar a atenção para a causa dos catadores e fortalecer a articulação da Associação de Catadores e Catadoras de Material Reciclado de Açailândia (Ascamarea).

A Ascamarea surgiu diante da ameaça do fechamento dos lixões da região. Com a possível extinção desses espaços, os catadores e catadoras ficariam sem trabalho e sem condições de sobrevivência. Foi com o apoio do Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos – Carmem Báscaran (CDVDH/CB), de Açailândia, que a comunidade encontrou uma saída: a criação de uma Associação que garantisse organização, visibilidade e proteção diante das mudanças. Antonia da Silva Manço, que está na luta há 11 anos, explica que, se não tivessem se unido, todos ficariam sem renda e desamparados. 

A formação da Associação nasceu da consciência coletiva de que, sem união, não haveria alternativas. Mesmo com a atuação da Ascamarea, os lixões que ainda funcionam hoje operam de forma irregular e geram multas. Ela também aponta que Açailândia, apesar de abrigar grandes empresas e estar em desenvolvimento, ainda invisibiliza os catadores e catadoras. Segundo Antonia, se não fosse a luta constante da categoria, eles continuariam esquecidos.

Imagens do dia do evento cedidas pela coordenação da Ascamarea.

A líder da associação explica que a principal meta do projeto é conquistar um galpão para que os catadores possam trabalhar com mais dignidade e, assim, sair definitivamente do lixão. O grupo está em busca de apoio tanto do setor público quanto do privado para viabilizar essa estrutura mínima de trabalho. 

Antonia, ressalta que a luta é antiga e marcada por preconceitos. “É muita luta que a gente vive sofrendo há tempo, que o pessoal tem um preconceito com a gente. Nós lutamos para ver se consegue algo para trabalhar dignamente… que a prefeitura, que os secretários de Meio Ambiente enxerguem nós e as empresas privadas”, afirma. E reforça: “Não tamo pedindo dinheiro, não. Nós tamo pedindo oportunidade”.

Isabel Moraes, Secretária da Associação, relata que o evento contou com a presença de vereadores e de trabalhadores da Vale, empresa privada que atua na região. No entanto, ela destaca que a ajuda oferecida por esses setores não corresponde às reais necessidades enfrentadas atualmente pelos catadores. Segundo Isabel, o apoio mais efetivo tem vindo do CDVDH/CB. Em entrevista, a líder Antônia da Silva, representante da Associação, explica que o próprio Centro de Defesa também se mantém por meio de doações, o que limita a capacidade de oferecer uma ajuda mais ampla e contínua. 

Isabel reitera que a principal meta da Ascamerea é a conclusão do galpão, estrutura considerada essencial para garantir condições dignas de trabalho aos associados e associadas.“Por enquanto a gente trabalha catando lá no lixão… depois que terminar de aprontar o galpão a gente vai começar a trabalhar no galpão, aí tem melhoria porque vamos sair do sol, vamos trabalhar na sombra e as coisas vão ser mais fáceis, porque agora tá muito difícil”, afirma.

Rafaela Oliveira

(contatorafaelavitoria18@gmail.com), graduanda em Jornalismo pela Universidade Federal do Maranhão. Apaixonada por comunicação e audiovisual, atuo com mídias sociais e tenho interesse especial em escrever sobre raça, cinema e suas intersecções. Gosto de contar histórias, experimentar novas formas de criar e descobrir diferentes áreas da comunicação. Acredito que a informação tem o poder de transformar realidades.

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