182 casos da doença foram diagnosticados na rede pública estadual de saúde entre janeiro e setembro deste ano
A perda da mãe e de uma tia para o câncer de mama motivou a assistente financeira, Patrícia Lima, de 45 anos, a ter uma atenção redobrada para a prevenção. “Devido a isso, sempre procurei deixar os meus exames em dia”, disse ela. Em 2020, Patrícia realizou uma ultrassom da mama, que identificou um pequeno nódulo. Depois de um exame de mamografia e uma biópsia veio o resultado que, de início, causou medo. “Quando eu abri o exame e vi o resultado, percebi que estava com um câncer invasivo. Naquele momento eu me senti sem chão”, completou.
Infelizmente, essa história se repete com personagens diferentes em várias cidades no Maranhão e em todo o Brasil. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), somente de janeiro a setembro deste ano, 182 casos foram diagnosticados na rede estadual. Na cidade de Imperatriz, a rede municipal registrou 64 casos no mesmo período. Em Açailândia, o número foi de 21.
Juntamente com o diagnóstico, os pacientes passam por uma mudança completa na rotina. “Você se vê entre consultórios, consultas, esperas. Tomando remédios pesados e encarando esse novo ciclo”, relembra Patrícia. Apesar de ser uma notícia desafiadora, o diagnóstico não é um ponto final. Ao longo dos anos, a medicina avançou significativamente no tratamento da doença. Com detecção precoce e os avanços na pesquisa, as chances de cura aumentaram substancialmente.
Uma pesquisa realizada pelo professor mestre, Wherveson de Araújo Ramos, entrevistou um grupo de pacientes em tratamentos do câncer no setor de oncologia do Hospital São Rafael mantido pelo sistema público de saúde. A pesquisa apontou que a maioria dos pacientes descobriam o câncer tardiamente.
Devido ao avançado estágio da doença, o principal método de tratamento era quimioterapia paliativa, com objetivo de reduzir danos, mas, infelizmente, a maioria dos pacientes não recebiam a cura. “Muitos deles não sabem que têm o diagnóstico do câncer, pois a família não comunica enquanto outros são muito positivos e atrelam a saúde com a fé e utilizam muito da espiritualidade, religiosidade”, apontou Wherveson.
Com determinação e otimismo, Patricia explorou todas as opções de tratamento disponíveis. Ela passou por sessões de quimioterapia e radioterapia, além de seguir rigorosamente um tratamento com medicamentos sob a orientação médica, e, para sua alegria, alcançou o que tanto ansiava: a cura.
Câncer de mama
O câncer de mama é uma doença que se origina nas células da mama. Essas células começam a se multiplicar de forma descontrolada, formando um tumor. Este tumor pode ser benigno, ou seja, não canceroso; ou maligno, o que significa que é canceroso. O câncer de mama é mais comum em mulheres, mas também pode afetar homens.
Os principais sintomas incluem a presença de um nódulo na mama, alterações na pele ou mamilo, e secreção mamilar. O diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento bem-sucedido, incluindo cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Portanto, a conscientização e a realização de exames de mamografia são essenciais para a prevenção e detecção precoce do câncer de mama.
Prevenção
A Unidade Móvel, também conhecida como Ônibus Rosa, atua na prevenção ao câncer de mama através da rede pública municipal de saúde em Imperatriz e região com capacidade para realização de até 190 exames diários e cerca de 40 cirurgias. O veículo possui dois pavimentos, equipado com sala de recepção, quatro consultórios, centro cirúrgico, sala de mamografia, sala de pequenos procedimentos e uma sala de coleta de prevenção, onde são realizados os exames de Papa Nicolau.
Amparo a pacientes com câncer
A Associação de Amparo aos pacientes de Câncer da Região Tocantina (Ampare), oferece apoio a 47 pessoas, entre pacientes e familiares de outras cidades em busca de tratamento do câncer em Imperatriz.
“Nós acolhemos, oferecemos um local para dormir, café da manhã, almoço e jantar, dentro de nossas capacidades. Também acolhemos a família com rodas de conversa realizadas uma vez na semana. Além disso, abrimos espaço para que outras pessoas realizem ações que beneficiem o dia a dia deles”, disse a voluntária Maria de Jesus.
A instituição sem fins lucrativos se mantém por meio de doações financeiras e cestas básicas oferecidas pela comunidade. As doações em dinheiro podem ser feitas através da chave pix CNPJ: 06.226.972./0001-85 ou por transferência bancária na conta corrente do Banco do Brasil com Agência: 0554-1 e conta: 31590-7. As cestas básicas ou demais alimentos podem ser doadas presencialmente na sede da instituição, localizada na Avenida Newton Bello, nº 1575, bairro Ouro Verde.
(Lucas Aquino – estagiário do Portal Assobiar)