Duas escolas de samba trouxeram para os desfiles carnavalescos do Rio de Janeiro e São Paulo duas importantes narrativas maranhenses. A Pérola Negra, de São Paulo, foi a escola responsável por retratar a história das quebradeiras de coco, especialmente no Lago do Junco, município situado no leste do estado. As mulheres quebradeiras de coco foram as protagonistas em todo o processo de produção do desfile.
Já no Rio de Janeiro, a Mangueira apresentou ao público a história da cantora Alcione (Marrom). Artistas e personalidades maranhenses marcaram presença ao longo do desfile, enaltecendo a cultura e as raízes do estado.
Confira mais detalhes sobre o enredo apresentado no resumo a seguir:
A Pérola Negra desfilou no último domingo (11) em São Paulo, prestando uma homenagem às quebradeiras de coco do Maranhão e à cultura do coco babaçu, ultrapassando as fronteiras do campo para animar o carnaval paulista.
A harmonia dos passos e a afinação da bateria marcaram o desfile no Sambódromo de São Paulo. A escola mostrou ao mundo a riqueza das comunidades tradicionais, dedicando uma homenagem às mulheres que lutam pela preservação dos babaçuais nos estados do Maranhão, Tocantins, Pará e Piauí.
Com o enredo “Pérola no Encanto dos Balaios das Quebradeiras”, a escola compôs um samba enredo, assinada pelo carnavalesco André Mariz, inspirada em reportagens do Globo Rural, buscando resgatar as origens do Brasil, incluindo aspectos indígenas e quilombolas.
Uma riqueza de detalhes para o desfile conta com a contribuição do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (Miqcb), coordenado no Maranhão. Cerca de 300 mil mulheres quebradeiras trabalham no extrativismo do babaçu, sendo a terceira maior força produtiva do Estado. O grito daquelas mulheres ecoou no Sambódromo e além, representando não apenas uma manifestação cultural, mas também a luta por direitos e reconhecimento.
A homenagem é justa e merecida, confirmando uma luta que perdura há mais de duas décadas. A representação dessas mulheres no carnaval é um marco histórico que celebra não apenas a cultura, mas também a resistência e a força dessas comunidades tradicionais.
Escola de samba do Rio de janeiro – Estação primeira de Mangueira
A Mangueira desfilou como quarta escola na Marquês de Sapucaí nesta segunda-feira (12) de carnaval do Grupo Especial. Sua apresentação começou com vigor, destacando-se pela energia contagiante desde a comissão de frente até a harmonia entoando o samba-enredo.
O enredo “A Negra Voz do Amanhã”, homenageando Alcione (Marrom), foi magistralmente representado pela comissão de frente, que retratou as tradições maranhenses e a carreira da cantora. O casal de mestre-sala e porta-bandeira brilhou com técnica e beleza, conduzindo poeticamente a história de Alcione.
A harmonia vocal da comunidade foi de alto nível, destacando-se em todos os refrãos. A evolução da escola foi boa, embora pequenos problemas tenham ocorrido em frente às cabines de jurados.
O enredo foi transmitido de forma clara através das fantasias, que teve qualidade estética e leitura imediata. As alegorias, embora tenham erros de acabamento em alguns carros, ainda assim mostraram beleza e funcionalidade na representação do tema.
A bateria se destacou com um desempenho espetacular, sustentando o ritmo e integrando-se perfeitamente à obra musical. Em resumo, a Mangueira fez uma apresentação marcante, mas pequenos detalhes podem afetar sua posição na disputa pelo título.
Além de Alcione, marcaram presença no desfile artistas maranhenses como Flávia Bittencourt, Zeca Baleiro; César Boas e Adeílson Santos (atores da comédia Pão com Ovo); Thaynara OG (digital influencer), desfilou como musa da Escola; e o governador do estado do Maranhão.
(Texto e imagens com informações divulgadas no site oficial das escolas de samba e no G1)
Jornalista especializada em Assessoria de Comunicação Organizacional e Institucional. Já vivenciou experiências profissionais nas áreas de publicidade e propaganda, produção de documentários, radiojornalismo, assessoria política, repórter do site jornal Correio de Imperatriz e social mídia. Boa parte de suas experiências profissionais foram em assessorias de comunicação institucional de ONGs, com ativismo social voltado para a defesa de direitos humanos, justiça socioambiental e expansão da agroecologia na região do bico do Papagaio; esses trabalhos ocorreram nas cidades de Açailândia, Imperatriz (MA) e Augustinópolis (TO).