Todo Dia a Mesma Noite (a história não contada da boate Kiss) – Daniela Arbex

Daniela Arbex é uma jornalista brasileira dedicada à defesa dos direitos humanos. Ela nasceu em 19 de abril de 1973, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Formada em Comunicação Social pela Universidade Federal de Juiz de Fora em 1995, Daniela iniciou sua carreira como repórter no jornal Tribuna de Minas. Mesmo trabalhando fora dos grandes centros urbanos, ela conquistou reconhecimento por seu trabalho investigativo.

Arbex é uma das jornalistas mais premiadas de sua geração, com mais de 20 prêmios nacionais e internacionais, é autora de diversos livros impactantes, que revelam histórias ocultas e sofrimento humano, como o livro ‘Todo Dia A Mesma Noite’ que narra a história não contada da tragédia da Boate Kiss, e é sobre esse livro que irei falar hoje.

A tragédia da Boate Kiss que aconteceu na cidade de Santa Maria, município do estado do Rio Grande do Sul, completou em 27 de janeiro de 2023, 10 anos, com 242 mortos diretamente pela tragédia. O livro nos conta a dor dos que aqui ficaram, entramos nas casas dos pais, avós, amigos e somos tragados pela dor de uma noite que nunca teve fim.

Não há como ler as 236 páginas desse livro de uma vez só. A pausa, o choro, a raiva, a compaixão são alguns dos elementos que nos invade nessa leitura. Com a escrita simples e acessível, Arbex nos leva para conhecer a cidade de Santa Maria, o coração de Rio Grande do Sul, coração este que foi partido na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013.

Esse livro nos coloca diante da dor dos pais que queriam ter de volta seus filhos nos braços, seja da maneira que fosse e, para esses familiares todo dia é 27 de janeiro de 2013. São relatos torturantes, tristes e agoniantes é, literalmente a história não contada da tragédia na Boate Kiss. Ao mesmo tempo, é uma leitura necessária para compreender até que ponto a irresponsabilidade e a negligência de pessoas com poder neste país podem acarretar cicatrizes eternas, pois a Boate Kiss funcionou sem alvarás e licenças por meses, e a impunidade prevaleceu.

Em ‘Todo Dia A Mesma Noite’, Daniela Arbex humaniza as vítimas, apresentando seus nomes, sobrenomes, passados e endereços. O livro revela as marcas deixadas não só nas famílias e sobreviventes, mas também nos profissionais de saúde e bombeiros de Santa Maria, todas vítimas de uma tragédia anunciada. Por isso, sua leitura faz-se necessária. É essencial para entender a profundidade das consequências e a necessidade de responsabilização, uma história que não pode ser esquecida, para que nunca mais se repita.

Andrelva Sousa
Andrelva Sousa

Graduada em Serviço Social pela UNISULMA e faço parte do Clube de Livros Mulheres em Prosa que é um grupo de leitura de mulheres que leem mulheres e que se reúnem uma vez a cada dois meses para debater uma obra de autoria feminina. Nessa coluna, pretendo compartilhar com vocês sobre as leituras que já fiz e quais as percepções que elas me trouxeram. Uma frase que gosto muito é da Rosa Luxemburgo que diz o seguinte: ”Quem não se movimenta não sente as correntes que o prendem”.

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