Além das crises: as individualidades na infância atípica

Recentemente, li um post nas redes sociais de uma mãe atípica e também psicóloga que dizia: “Nem tudo no autismo é crise”. Nesse post, a autora mencionou algo com o qual concordo muito, sendo professora, salvaguardando as devidas medidas e o bom senso: antes de serem autistas, as crianças são simplesmente crianças. Não é porque a criança tem um laudo que tudo que ela passa a fazer de inadequado é uma crise devido à sua condição. Às vezes, é apenas um comportamento típico da infância. As crianças neurodiversas, ou não, necessitam ser ensinadas a se comportarem de maneira adequada, para que assim consigam experimentar a vida em comunidade.

É essencial reconhecer que cada criança é única, com suas próprias personalidades, interesses e desafios. Embora um diagnóstico possa oferecer insights valiosos sobre as necessidades específicas de uma criança, ele não deve limitar nossa compreensão sobre ela. Cada comportamento, ação e reação devem ser vistos no contexto mais amplo da individualidade de cada uma delas.

Atualmente, sou professora de algumas crianças atípicas, com diferentes níveis de suporte. Observo que muitas vezes, na tentativa de protegê-las das adversidades do mundo, suas famílias tendem a superprotegê-las. No entanto, é importante reconhecer que, assim como qualquer criança, elas também precisam passar por experiências que as ajudem a desenvolver habilidades essenciais para a vida.

Por exemplo, a comunicação, o manejo das emoções e a capacidade de lidar com a frustração são aspectos fundamentais do desenvolvimento humano que requerem aprendizado e prática, independentemente das características individuais de cada criança. Assim, é essencial encontrar um equilíbrio entre proteger e capacitar as crianças, sejam elas neurodiversas ou não, permitindo-lhes explorar o mundo e crescer em sua plenitude, com o apoio necessário para enfrentar os desafios que encontrarem pelo caminho. Isso só é possível através do conhecimento, do respeito e da empatia com essa fase tão especial que é a infância.

Aline Borges
Aline Borges

Sou imperatrizense com orgulho! Educadora, estudante, leitora e ouvinte de boas músicas e histórias. Pedagoga por formação, leciono na Uemasul de Açailândia e na Educação Básica em Imperatriz. Acredito no que disse Vinícius de Moraes “A vida é arte do Encontro”.

Outras colunas

Achados na feira de troca de livros

Participar da feira de trocas de livros da biblioteca se torna um ritual cativante para a narradora, que descreve sua experiência de escolher cuidadosamente livros para trocar, encontrar preciosidades nas mesas de troca e se encantar com os achados literários. A atmosfera acolhedora e a oportunidade de renovar sua coleção de forma econômica e sustentável tornam essa experiência inesquecível.

HQ de Fato – Luto é um lugar que não se vê e O Novo Sempre Vem

HQ de Fato apresenta duas histórias impactantes. “Luto é um lugar que não se vê” aborda o cuidado amoroso em meio ao luto, enquanto “O Novo Sempre Vem” narra a vida e inspirações de Vannick Belchior, filha do icônico cantor Belchior. Ambas as narrativas oferecem uma visão sensível e reflexiva sobre amor, perda e herança emocional.

Uma crônica sobre uma crônica

O autor relembra uma crônica de Paulo Mendes Campos que oferece orientações para uma jovem de 15 anos, conectando-a à sua própria experiência ao escrever uma carta não enviada para si mesma. Discute a complexidade das relações humanas e da experiência de leitura, revelando sua preferência por obras específicas e abordando a incerteza subjacente à seleção de livros e à compreensão dos outros.

Verdades dolorosas

Em ‘Verdades Dolorosas’ (2023), um casamento é abalado quando uma revelação surpreendente sobre o trabalho de um dos cônjuges desencadeia uma série de crises e questionamentos sobre amor, carreira e honestidade. Dirigido por Nicole Holofcener, o filme mergulha nas complexidades das relações de longo prazo e nas expectativas sociais, desafiando a ideia de que a verdade sempre traz conforto.

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