HQ de Fato – Luto é um lugar que não se vê e O Novo Sempre Vem

E vamos de uma indicação diferente dessa vez, uma HQ [História em Quadrinhos] com duas histórias e autores diferentes. A primeira história é da Gabriela Güllich, uma jornalista e quadrinista brasileira. Graduada em Jornalismo pela Universidade Federal da Paraíba, Güllich desenvolve projetos de jornalismo em quadrinhos, inspirada principalmente no trabalho de Joe Sacco. A segunda é de Carol Ito que também é uma jornalista e quadrinista brasileira, e já colaborou com veículos como as revistas Piauí, TPM e Trip, além do site Brasil de Fato, Agência Pública, entre outros.

As HQ de Fato – Luto é um lugar que não se vê e O Novo Sempre Vem são lindíssimas, vem com duas histórias bastante reflexivas e intensas. A primeira “Luto é um lugar que não se vê”, nos mostra a realidade de um luto que vivemos em silêncio, do carinho que os familiares que perdem um ente querido querem demonstrar ao fazer uma frase em uma lápide. Ao cuidar de um túmulo, mesmo sabendo que nada disso trará a pessoa de volta. Isso, de certo modo, traz um “conforto” para os que ficam, pois o cuidado e carinho ainda permanece.

Na segunda história “O novo sempre vem” que, igualmente muito reflexiva e intensa, fala da perda de Vannick Belchior, filha do lendário cantor Belchior. Ela nos conta, através de uma entrevista seus primeiros passos na música, e de como seu pai era extremamente sensível. Que ao ver crianças cantando suas músicas ele sempre se emocionava.

A filha caçula do cantor, que nasceu e cresceu em Fortaleza e que herda a mesma admiração por Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, assim como seu pai. Ela nos conta que Belchior na adolescência se internou em um mosteiro, passou em primeiro lugar no vestibular em medicina, e prestes a concluir a faculdade, resolver viver da música. É um relato muito lindo de uma filha que quer seguir os passos de uma das suas maiores inspirações que foi seu pai.

“Hoje, quando canto as músicas do meu pai, é como se tivesse a presença dele comigo.”

Andrelva Sousa
Andrelva Sousa

Graduada em Serviço Social pela UNISULMA e faço parte do Clube de Livros Mulheres em Prosa que é um grupo de leitura de mulheres que leem mulheres e que se reúnem uma vez a cada dois meses para debater uma obra de autoria feminina. Nessa coluna, pretendo compartilhar com vocês sobre as leituras que já fiz e quais as percepções que elas me trouxeram. Uma frase que gosto muito é da Rosa Luxemburgo que diz o seguinte: ”Quem não se movimenta não sente as correntes que o prendem”.

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Achados na feira de troca de livros

Participar da feira de trocas de livros da biblioteca se torna um ritual cativante para a narradora, que descreve sua experiência de escolher cuidadosamente livros para trocar, encontrar preciosidades nas mesas de troca e se encantar com os achados literários. A atmosfera acolhedora e a oportunidade de renovar sua coleção de forma econômica e sustentável tornam essa experiência inesquecível.

Uma crônica sobre uma crônica

O autor relembra uma crônica de Paulo Mendes Campos que oferece orientações para uma jovem de 15 anos, conectando-a à sua própria experiência ao escrever uma carta não enviada para si mesma. Discute a complexidade das relações humanas e da experiência de leitura, revelando sua preferência por obras específicas e abordando a incerteza subjacente à seleção de livros e à compreensão dos outros.

Verdades dolorosas

Em ‘Verdades Dolorosas’ (2023), um casamento é abalado quando uma revelação surpreendente sobre o trabalho de um dos cônjuges desencadeia uma série de crises e questionamentos sobre amor, carreira e honestidade. Dirigido por Nicole Holofcener, o filme mergulha nas complexidades das relações de longo prazo e nas expectativas sociais, desafiando a ideia de que a verdade sempre traz conforto.

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“Ela Seria o Rei” é o livro de estreia da escritora liberiano-americana Wayétu Moore, que narra a saga de Gbessa, June Dey e Norman Aragon em meio à fundação da Libéria. Com uma mistura de realismo mágico e ficção histórica, a obra aborda a colonização africana, destacando a resistência, exílio e os dons extraordinários dos protagonistas. Gbessa, amaldiçoada desde o nascimento, é exilada de sua aldeia, enquanto June Dey foge da escravidão nos Estados Unidos, e Norman Aragon herda o dom da invisibilidade. Suas histórias entrelaçadas revelam as tensões sociais, culturais e psicológicas de um povo em busca de liberdade e identidade.

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