Quando as palavras nos encontram?

Manoel de Barros diz que “Poesia é voar fora da asa” e eu, concordo absolutamente com sua definição. Apesar de acreditar que o processo de escrita não é fácil, aventuro-me nele com frequência. Não tenho marcado em minha memória quando as palavras me encontraram, algo prazeroso me diz que já nasci com elas, o que me faz acreditar que todos os outros também.

Mas quando elas nos tocam? Quando recorremos as palavras para invadirmos o que sentimos? Como por fim entendemos que as palavras estão em nós? Não há uma única resposta para estas perguntas. Me lembro de ainda miúda sentar em uma cadeira “preguiçosa” embaixo de uma mangueira e ler sobre Emília “a boneca de pano falante” imaginando quão divertido e interessante seria ser uma menina boneca tão esperta ou quando vorazmente procurava o significado de toda e qualquer palavra desconhecida, ali as palavras já haviam me encontrado.

Tal reflexão me faz acreditar que as palavras são sorrateiras e elas vão ao nosso encontro, no mínimo descuido elas te invadem e te fazem morada de uma paixão lúcida e inebriante, por meio desse encontro é possível ver por outros olhos, sentir cheiros desconhecidos, gostos novos, viver romances devastadores, experimentar a calmaria da vida, padecer de conhecimento e estar próximo a qualquer lugar, coisa, tempo, informação, imagem ou palavra.

É por meio do texto que muitas almas se enlaçam, descobrem-se, entendem-se e reverberam-se. Aqui, neste espaço, quero que nossas palavras se encontrem, que sejam um eco de uma pluralidade exacerbada, de espera e contemplação do que é bonito, justo, da significação e especialmente de nossos pensamentos.

Agradeço o convite das queridas Dani e Idayane para passarinhar por aqui com todos vocês e saúdo também os novos colunistas e antigos, que já fizeram meus olhos brilharem tantas vezes pelo encontro do meu coração com suas palavras e a você querido leitor, deixo a indagação: quando as palavras te encontraram?

Maria Maryana
Maria Maryana

“Eu não nasci rodeada de livros e, sim, rodeada de palavras.” Graduada em Letras pela UEMASUL a literatura me encontrou pela narrativa dos meus avós no terreiro de casa e nunca saiu da terra fértil da minha imaginação. Maranhense encantada por minhas raízes encontro no “guarnicê” a beleza de continuar aprendendo.

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Além das crises: as individualidades na infância atípica

No texto, a autora, também professora, aborda a necessidade de enxergar as crianças além de seus diagnósticos, especialmente quando se trata de autismo. Ela destaca a importância de não limitar as crianças por rótulos, mas sim de proporcionar experiências que promovam seu desenvolvimento integral, incluindo habilidades sociais e emocionais.

Achados na feira de troca de livros

Participar da feira de trocas de livros da biblioteca se torna um ritual cativante para a narradora, que descreve sua experiência de escolher cuidadosamente livros para trocar, encontrar preciosidades nas mesas de troca e se encantar com os achados literários. A atmosfera acolhedora e a oportunidade de renovar sua coleção de forma econômica e sustentável tornam essa experiência inesquecível.

HQ de Fato – Luto é um lugar que não se vê e O Novo Sempre Vem

HQ de Fato apresenta duas histórias impactantes. “Luto é um lugar que não se vê” aborda o cuidado amoroso em meio ao luto, enquanto “O Novo Sempre Vem” narra a vida e inspirações de Vannick Belchior, filha do icônico cantor Belchior. Ambas as narrativas oferecem uma visão sensível e reflexiva sobre amor, perda e herança emocional.

Uma crônica sobre uma crônica

O autor relembra uma crônica de Paulo Mendes Campos que oferece orientações para uma jovem de 15 anos, conectando-a à sua própria experiência ao escrever uma carta não enviada para si mesma. Discute a complexidade das relações humanas e da experiência de leitura, revelando sua preferência por obras específicas e abordando a incerteza subjacente à seleção de livros e à compreensão dos outros.

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