Os Homens Explicam Tudo Para Mim – Rebeca Solnit

Rebeca Solnit é jornalista, historiadora e escritora premiada, autora de mais de uma dezena de livros sobre assuntos como mudanças sociais, arte, política e feminismo. É ativista em questões ambientais e dos direitos humanos desde a década de 1980.

Em seu livro Os Homens Explicam Tudo para Mim, Rebeca aborda questões como direito da mulher. Ela conta, já no começo do seu livro, que foi convidada a ir a uma festa e lá pelas tantas, já indo embora, um senhor pede para que ela fique mais um pouco e começam a conversar. O homem disse ter ouvido que ela havia escrito dois livros e, claro, ela o corrigiu informando que foram mais. Ela começou a falar sobre seu livro mais recente, Eadweard Muybridge, quando o homem a interrompeu e perguntou se ela tinha “ouvido sobre o importante livro Muybridge que saiu este ano” – não considerando que poderia ser (como, de fato, foi) o próprio livro de Solnit.

Dos ensaios contidos nesse livro e dessa primeira parte em que ela exemplifica a conversa com esse homem, veio a inspiração do termo “mansplaining”. Veja, Rebeca não cunhou essa palavra, mas por ela foi inspirada. Mansplaining é um termo criado da junção das palavras em inglês man (homem) e explain (explicar). Ele é usado para descrever quando um homem tenta explicar algo para uma mulher, assumindo que ela não entenda sobre o assunto.

Rebeca, no decorrer do livro vai citando alguns exemplos de mulheres que foram descredibilizadas como cientistas, escritoras, vítimas de assédio. Para ela isso é um sintoma de um fenômeno generalizado que “impede as mulheres de falarem e de serem ouvidas quando ousam; que esmaga as mulheres jovens em silêncio indicando, como o assédio na rua o faz, que esse não é seu mundo. Ele nos treina em insegurança e autolimitação ao mesmo tempo que exercita o excesso de confiança em homens”.

O senso de humor presente na escrita desse livro o deixa mais leve e nem por isso menos crítico e instigante. Recomendo demais a leitura, não só pelo tema importantíssimo, mas pelas pistas dadas para que haja um rompimento desse fenômeno.

Andrelva Sousa
Andrelva Sousa

Graduada em Serviço Social pela UNISULMA e faço parte do Clube de Livros Mulheres em Prosa que é um grupo de leitura de mulheres que leem mulheres e que se reúnem uma vez a cada dois meses para debater uma obra de autoria feminina. Nessa coluna, pretendo compartilhar com vocês sobre as leituras que já fiz e quais as percepções que elas me trouxeram. Uma frase que gosto muito é da Rosa Luxemburgo que diz o seguinte: ”Quem não se movimenta não sente as correntes que o prendem”.

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Além das crises: as individualidades na infância atípica

No texto, a autora, também professora, aborda a necessidade de enxergar as crianças além de seus diagnósticos, especialmente quando se trata de autismo. Ela destaca a importância de não limitar as crianças por rótulos, mas sim de proporcionar experiências que promovam seu desenvolvimento integral, incluindo habilidades sociais e emocionais.

Achados na feira de troca de livros

Participar da feira de trocas de livros da biblioteca se torna um ritual cativante para a narradora, que descreve sua experiência de escolher cuidadosamente livros para trocar, encontrar preciosidades nas mesas de troca e se encantar com os achados literários. A atmosfera acolhedora e a oportunidade de renovar sua coleção de forma econômica e sustentável tornam essa experiência inesquecível.

HQ de Fato – Luto é um lugar que não se vê e O Novo Sempre Vem

HQ de Fato apresenta duas histórias impactantes. “Luto é um lugar que não se vê” aborda o cuidado amoroso em meio ao luto, enquanto “O Novo Sempre Vem” narra a vida e inspirações de Vannick Belchior, filha do icônico cantor Belchior. Ambas as narrativas oferecem uma visão sensível e reflexiva sobre amor, perda e herança emocional.

Uma crônica sobre uma crônica

O autor relembra uma crônica de Paulo Mendes Campos que oferece orientações para uma jovem de 15 anos, conectando-a à sua própria experiência ao escrever uma carta não enviada para si mesma. Discute a complexidade das relações humanas e da experiência de leitura, revelando sua preferência por obras específicas e abordando a incerteza subjacente à seleção de livros e à compreensão dos outros.

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