Enfim, coluna nova!

Em 2019, decidi que iria me desafiar e sair da minha zona de conforto, escrevendo sobre algo que eu amo. Entrei em contato com um jornal local e me ofereci para escrever sobre literatura e livros. Na época, foi também uma forma que encontrei para trabalhar a escrita diária sobre algo que pudesse despertar mais minha criatividade, que andava meio anestesiada. Eu mesma já estava no automático há um bom tempo.

Escrevi por alguns meses. Isso foi prazeroso e doloroso também. Minhas colunas eram bem pessoais, mesmo quando eu trazia alguma dica de livro. Havia ali, nas palavras, uma exposição semanal dos meus sentimentos em relação à vida, aos livros e à literatura. Ao mesmo tempo que eu gostava disso, eu sentia muita insegurança com a minha escrita. Eu lia e corrigia meu texto à exaustão, até simplesmente não aguentar mais e publicar, esperando que alguém fosse notar a vírgula ou a pontuação fora de lugar e me julgar por conta disso.

Mas, de verdade, não foi o que aconteceu. Toda semana, eu me debruçava sobre um tema novo ou uma perspectiva ou experiência literária e simplesmente me colocava a escrever. Até que passei umas semanas sem publicar e o jornal apagou minha coluna sem me avisar nada. Achei isso bem chato da parte deles, mas mantive todos os textos guardados.

Em 2022, quando reativamos o site do Assobiar, disse à Daniela que gostaria de retomar minha coluna de literatura. Reli todos os meus textos e percebi que, além de atuais, eu ainda gostava deles. Havia muitos textos autorais, alguns escritos em colaboração e, em menor quantidade, relatos de amigos e amigas sobre suas experiências afetivas com livros. Esses textos estão todos publicados na minha coluna sobre literatura, caso ainda não tenham lido.

Essa é a primeira vez que escrevo uma coluna nova desde 2019, e olhar em retrospectiva me dá uma dimensão de como a minha vida e eu mudamos em quatro anos. Ninguém é mais do mesmo depois da pandemia de Covid-19. Não sou mais a mesma leitora que era antes. Atualmente, estou buscando um caminho de leitura que faça sentido e que seja mais leve, no qual eu possa encontrar também prazer nos textos acadêmicos.

Tenho me cobrado menos e continuo falando com entusiasmo sobre livros. Ainda não posso dizer que de cara tenha cumprido minha promessa de comprar menos livros, mas ressignifiquei minha relação com eles. Aos poucos e sem pressa tenho voltado a ler algo a mais do que e-mails, artigos, newsletters e reportagens.

Idayane Ferreira
Idayane Ferreira

“Jornalista com “abundância de ser feliz”, mais “da invencionática” do que “da informática”, acredita piamente que Manoel de Barros escreveu “O apanhador de desperdícios” baseando nela.“

Outras colunas

Além das crises: as individualidades na infância atípica

No texto, a autora, também professora, aborda a necessidade de enxergar as crianças além de seus diagnósticos, especialmente quando se trata de autismo. Ela destaca a importância de não limitar as crianças por rótulos, mas sim de proporcionar experiências que promovam seu desenvolvimento integral, incluindo habilidades sociais e emocionais.

Achados na feira de troca de livros

Participar da feira de trocas de livros da biblioteca se torna um ritual cativante para a narradora, que descreve sua experiência de escolher cuidadosamente livros para trocar, encontrar preciosidades nas mesas de troca e se encantar com os achados literários. A atmosfera acolhedora e a oportunidade de renovar sua coleção de forma econômica e sustentável tornam essa experiência inesquecível.

HQ de Fato – Luto é um lugar que não se vê e O Novo Sempre Vem

HQ de Fato apresenta duas histórias impactantes. “Luto é um lugar que não se vê” aborda o cuidado amoroso em meio ao luto, enquanto “O Novo Sempre Vem” narra a vida e inspirações de Vannick Belchior, filha do icônico cantor Belchior. Ambas as narrativas oferecem uma visão sensível e reflexiva sobre amor, perda e herança emocional.

Uma crônica sobre uma crônica

O autor relembra uma crônica de Paulo Mendes Campos que oferece orientações para uma jovem de 15 anos, conectando-a à sua própria experiência ao escrever uma carta não enviada para si mesma. Discute a complexidade das relações humanas e da experiência de leitura, revelando sua preferência por obras específicas e abordando a incerteza subjacente à seleção de livros e à compreensão dos outros.

Todos os conteúdos de autoria editorial do Portal Assobiar podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que deem os devidos créditos.

REDES SOCIAIS

INSCREVA-SE NA NOSSA NEWSLETTER