As Avós – Doris Lessing

A escritora inglesa Doris May Tayler, mais conhecida como Doris Lessing, nasceu em Kermanshah, no Irã, em 22 de outubro de 1919. Logo cedo, aos cinco anos, partiu com seus pais, o capitão Alfred Tayler e sua mulher Emily Maude Tayler, nascidos na Inglaterra, para a Rodésia do Sul, atual Zimbábue. Suas obras enfocam um amplo leque temático, que engloba tópicos como raça; função da família e do Homem no grupo social, mais abordada nos textos lançados em fins dos anos 70 e início da década de 80; e gênero, especialmente o feminino. Doris Lessing foi a 11ª escritora a conquistar o Prêmio Nobel de Literatura, e a de idade mais avançada a ser presenteada com esta premiação tão ambicionada. Hoje grande parte de seu acervo literário é preservado pelo Harry Ransom Humanities Research Center, um departamento de pesquisas humanas abrigado na University of Texas at Austin.

Uma de suas obras que hoje falaremos é na verdade um conto, uma narrativa curta que você consegue ler super rápido, chamado As Avós, lançado aqui no Brasil pela Companhia das Letras.

O livro narra a história de duas melhores amigas com famílias e suas gerações que vivem em Baxters, uma bacia paradisíaca e para pessoas endinheiradas. É nesse cenário paradisíaco que duas meninas novatas na escola se tornam grandes amigas. Uma amizade capaz de afetar gerações de duas famílias construídas sob um único alicerce. Lil (ou Liliane) é a mais delicada, de feições sublimes enquanto Roz (ou Rozeanne) esbanja um corpo mais maduro com uma visão irônica de tudo; se completam como gêmeas. Crescem juntas e seus atritos são marcados por suas diferenças físicas e com o passar do tempo a relação parece girar em torno de um “determinismo”, tudo que acontece a uma necessariamente vai acontecer à outra. As amigas têm filhos praticamente da mesma idade e com o passar do tempo uma se relaciona com o filho da outra, virando uma situação incomum, pouco usual. E, obviamente isso vai trazer questões dentro da amizade delas duas, dentro do relacionamento dos garotos e mesmo na sociedade que comentam o tempo inteiro as dúvidas que tem de que as amigas, na verdade, é que tem um relacionamento uma com a outra. Então, até que ponto elas podem ter esse envolvimento sem que as outras pessoas saibam a real verdade, como esses garotos vão conseguir se manterem envolvidos com elas, sendo que são muitos jovens e à medida que se relacionam e amadurecem parecem querer experimentar outras coisas.

Doris Lessing entrega ao seu leitor um turbilhão de sentimentos que rompem com todos os “dogmas” da literatura. Aqui os conceitos de amizade, família, amor transpassa o aceitável para, ainda sim, tornar-se possível. A leitura é fluida em um enredo que busca desenvolver-se nos fatos, principalmente por buscar o cerne das questões abordadas.

Andrelva Sousa
Andrelva Sousa

Graduada em Serviço Social pela UNISULMA e faço parte do Clube de Livros Mulheres em Prosa que é um grupo de leitura de mulheres que leem mulheres e que se reúnem uma vez a cada dois meses para debater uma obra de autoria feminina. Nessa coluna, pretendo compartilhar com vocês sobre as leituras que já fiz e quais as percepções que elas me trouxeram. Uma frase que gosto muito é da Rosa Luxemburgo que diz o seguinte: ”Quem não se movimenta não sente as correntes que o prendem”.

Outras colunas

Além das crises: as individualidades na infância atípica

No texto, a autora, também professora, aborda a necessidade de enxergar as crianças além de seus diagnósticos, especialmente quando se trata de autismo. Ela destaca a importância de não limitar as crianças por rótulos, mas sim de proporcionar experiências que promovam seu desenvolvimento integral, incluindo habilidades sociais e emocionais.

Achados na feira de troca de livros

Participar da feira de trocas de livros da biblioteca se torna um ritual cativante para a narradora, que descreve sua experiência de escolher cuidadosamente livros para trocar, encontrar preciosidades nas mesas de troca e se encantar com os achados literários. A atmosfera acolhedora e a oportunidade de renovar sua coleção de forma econômica e sustentável tornam essa experiência inesquecível.

HQ de Fato – Luto é um lugar que não se vê e O Novo Sempre Vem

HQ de Fato apresenta duas histórias impactantes. “Luto é um lugar que não se vê” aborda o cuidado amoroso em meio ao luto, enquanto “O Novo Sempre Vem” narra a vida e inspirações de Vannick Belchior, filha do icônico cantor Belchior. Ambas as narrativas oferecem uma visão sensível e reflexiva sobre amor, perda e herança emocional.

Uma crônica sobre uma crônica

O autor relembra uma crônica de Paulo Mendes Campos que oferece orientações para uma jovem de 15 anos, conectando-a à sua própria experiência ao escrever uma carta não enviada para si mesma. Discute a complexidade das relações humanas e da experiência de leitura, revelando sua preferência por obras específicas e abordando a incerteza subjacente à seleção de livros e à compreensão dos outros.

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