Livros: melhores presentes

Antes de ter uma lista de desejos, com indicações que norteassem as minhas compras de livros, eu adorava zanzar por livrarias e pelo Salão do Livro de Imperatriz (Salimp) atrás de obras baratas que me chamassem a atenção. Foi assim que eu descobri A primeira luz da manhã, da escritora e jornalista indiana Thrity Umrigar. O texto da contracapa me fisgou:

“[…]. Todo mundo sabe que devoro livros como se fossem barras de chocolate, que adoro música. Ainda assim, nenhum adulto jamais me compra um livro ou um disco de presente. Aliás, talvez seja até bom que não me deem o tipo de presente que me agrada. Diante do pouco que conhecem do meu gosto, eu acabaria ganhando livros de poliéster e discos de gabardine”. 

Adoro ganhar livros de presente e posso garantir, sem titubear, que os melhores presentes que já ganhei na vida eram livros, dados por pessoas queridas que na maioria das vezes acertaram em cheio. Sei que não foi para elas uma tarefa fácil escolher um livro para me presentear.

Além de ganhar, também gosto de dar livros de presente. Às vezes, é uma forma de ajudar naquela resolução de ano novo “quero ler mais” dos meus amigos. Para os que tem pouquíssimo tempo, estão sem ritmo de leitura e, em geral, muito cansados ao fim de um dia intenso de trabalho, costumo presentear com livros que possuem textos leves e curtos como são os de crônicas e contos. Aqui vale também as graphic novel (romance em quadrinhos).

Se escolher livros que incentivem a leitura é trabalho difícil, imagine quando são para presentear leitores vorazes. Fiz um exercício rápido de lembrar para quem já dei livros de presente, tirando aqui, obviamente, as pessoas para as quais emprestei livros e que não me devolveram. Percebi algo no mínimo curioso: sou criteriosa demais ao presentear amigos com livros e isso significa também escolher para quais amigos dar livros. Em geral: 1) conheço seus gostos literários; 2) sei quando (enfim) leram os livros que dei de presente; 3) reconheço quando não gostaram; 4) tenho o cuidado de, na maioria das vezes, já ter lido o livro antes; 5) sei que gostam de ler; 6) também já me deram livros de presente.

Você presenteia desejando que a outra pessoa goste, que ela ainda não tenha lido aquela obra ou se já lido tenha gostado e ainda não possua um exemplar. Escolher livros para presentear não é de maneira nenhuma fácil, mas penso sempre numa frase que li (e que é atribuída ao Sêneca): “Dar um livro de presente é, além de uma gentileza, um elogio”. Os melhores livros que já ganhei não tiveram nenhum motivo (como devem ser os melhores presentes) e vieram seguidos da frase “vi esse livro e lembrei de você”.

Idayane Ferreira

“Jornalista com “abundância de ser feliz”, mais “da invencionática” do que “da informática”, acredita piamente que Manoel de Barros escreveu “O apanhador de desperdícios” baseando nela.“

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