A importância da terapia e do acompanhamento psicológico para a saúde mental

Cuidar da saúde mental tem sido um dos grandes desafios da sociedade atual, em que a taxa de jovens e adultos com problemas psicológicos aumenta diariamente. Diante desse cenário, nós, do portal Assobiar, traremos para nossa audiência a importância do acompanhamento psicológico e da terapia para a vida.

Conversamos com a psicóloga Talita Lima para falar sobre a relevância da terapia. Talita destaca que o suporte psicológico é essencial, mesmo quando combinado com outras medidas, como medicação e a prática de exercícios físicos. “Embora esses recursos possam trazer benefícios, muitas pessoas precisam de um profissional de saúde mental para conquistar maior eficácia em seu tratamento. Já é um fato científico que a psicoterapia com um psicólogo promove melhorias significativas na saúde mental”, afirma Talita.

Além disso, a psicóloga nos alerta sobre os sinais que indicam a necessidade de procurar ajuda profissional. Ela ressalta que estar atento a esses indícios pode fazer toda a diferença na busca pelo bem-estar e na prevenção de transtornos mais graves. “A perda da vontade de realizar atividades que geralmente trazem prazer, como hobbies, é um dos primeiros sinais de alerta. Além disso, o desânimo persistente por vários dias seguidos, alterações de humor e sintomas de ansiedade, como coração acelerado, tremores nas mãos e falta de ar, também indicam a necessidade de buscar ajuda”, explica.

Diante dos desafios do dia a dia, muitas pessoas, mesmo reconhecendo a necessidade de acompanhamento profissional, hesitam em iniciar sessões de terapia, seja por receio ou preconceito. Esse medo, muitas vezes, leva à negligência da própria saúde mental. “É necessário entender que os tempos mudaram e que hoje não existe mais essa ideia de que ‘terapia é coisa de doido’. Infelizmente, os transtornos mentais têm se tornado cada vez mais comuns, e isso não torna ninguém ‘doido’, apenas uma pessoa que precisa de auxílio profissional para enfrentar seus problemas e viver melhor. Além disso, mesmo quem não tem nenhum transtorno pode se beneficiar da psicoterapia, pois ela proporciona autoconhecimento e desenvolvimento pessoal”, esclarece Talita.

Para aqueles que ainda têm receio de buscar ajuda, a psicóloga deixa um conselho: “Diria para fazer apenas um teste. Agende uma consulta com um profissional que lhe passe confiança e se dedique ao processo nas primeiras sessões, pois você também é responsável pela sua melhora. Depois disso, você entenderá como a psicoterapia pode te auxiliar”, conclui.

Talita explica que a procura por profissionais e a busca por terapia aumentaram bastante nos últimos anos. Ela fala com entusiasmo sobre como as pessoas estão aceitando melhor a ideia de fazer psicoterapia. “Tem crescido bastante. Acredito que, aos poucos, a sociedade está aceitando melhor a ideia de fazer psicoterapia. Existem muitas pessoas na mídia falando abertamente sobre isso, tanto profissionais destacando a importância quanto famosos compartilhando como a terapia os ajudou. Esse tipo de informação contribui para a normalização da psicoterapia”.

Cuidar da saúde mental tem sido um dos grandes desafios da sociedade atual, em que a taxa de jovens e adultos com problemas psicológicos aumenta diariamente. Imagem: Hospital Albert Einstein.

Talita também nos explica como a terapia pode nos ajudar em momentos de fragilidade ou crises emocionais, seja na depressão, na ansiedade ou até mesmo no luto pelo falecimento de um ente querido. Além disso, ela ressalta que a terapia pode nos dar coragem para enfrentar essas situações. “Obviamente, a terapia não pode mudar o que aconteceu e levou à crise. Por isso, é importante entender que existem situações em que a própria pessoa pode promover mudanças em sua vida, e a terapia pode ajudá-la a ‘tomar’ coragem para isso. Por outro lado, há momentos em que não há como ‘solucionar’ um problema, como no caso do luto. Nesses casos, a psicoterapia auxilia o indivíduo a lidar melhor com a situação. Por exemplo, aprender a identificar os próprios sintomas e perceber quando uma crise de ansiedade ou depressão está se aproximando. Com o autoconhecimento adquirido na terapia, é possível se antecipar e adotar estratégias para evitar ou minimizar essa crise”, explica a psicóloga..

Ela também reforça que, além da terapia, existem outros hábitos essenciais para cuidar da saúde mental. “Exercícios físicos, boa alimentação e ter uma rede de apoio composta por amigos, familiares ou outras pessoas de confiança com quem você possa contar nos momentos difíceis e compartilhar alegrias nos momentos bons são fundamentais”. 

Para entender melhor a percepção sobre a importância da terapia, realizamos uma pesquisa com 42 leitores do portal. No questionário aplicado, foram feitas três perguntas principais:

  1. Você já fez terapia alguma vez na vida?
    • A maioria dos participantes (42,9%) respondeu que nunca fez, mas tem vontade de fazer.
Gráfico de respostas do Formulários Google. Título da pergunta: Você já fez terapia alguma vez na vida?. Número de respostas: 42 respostas.
  1. O que mais te motivaria a iniciar ou continuar a terapia?
    • A principal motivação apontada foi questões emocionais (ansiedade, depressão, estresse, etc.), com 48,8% das respostas.
Gráfico de respostas do Formulários Google. Título da pergunta: O que mais te motivaria a iniciar ou continuar a terapia?. Número de respostas: 41 respostas.
  1. Qual o principal motivo que te impede ou impediu de fazer terapia?
    • A resposta mais frequente foi falta de dinheiro/acesso a serviços gratuitos, citada por 57,1% dos participantes.
Gráfico de respostas do Formulários Google. Título da pergunta: Qual o principal motivo que te impede ou impediu de fazer terapia?. Número de respostas: 42 respostas.

O fator financeiro é um dos principais motivos que impedem muitas pessoas de iniciar o cuidado com a saúde mental. Existe a percepção de que a terapia é um serviço caro, mas, nos últimos anos, surgiram diversas opções acessíveis e de qualidade para quem deseja investir no bem-estar emocional. Atualmente, várias plataformas online oferecem atendimento psicológico a preços mais acessíveis. Um exemplo é o PsyMeet, uma plataforma que conecta pacientes a psicólogos para sessões totalmente online, proporcionando mais flexibilidade e acessibilidade.

Durante nossa pesquisa, uma das participantes, Gabrielle Nascimento, estudante de 21 anos, nos contou que realizou várias sessões de terapia por três meses, mas não conseguiu dar continuidade ao tratamento devido a questões financeiras. Ela explicou que os custos foram um fator determinante para a interrupção das sessões.

Gabrielle buscou um profissional porque sofria com ansiedade frequente, o que impactava diretamente sua rotina. “A ansiedade se manifestava cada vez mais, fazendo com que eu me sabotasse todos os dias, pensando nas piores coisas e exagerando em preocupações desnecessárias. Isso acabou afetando meu trabalho e meus estudos. Então, meu foco era aprender a lidar melhor com isso”, relata.

A estudante afirma que as sessões de terapia foram uma experiência muito positiva e importante em sua vida. Ela destaca que ter um profissional para ouvi-la a fez sentir-se acolhida. “A terapia foi uma bênção, porque não é apenas uma pessoa ouvindo do outro lado, é alguém que, além de escutar, acolhe e ajuda a entender a dor, mostrando como aceitá-la da melhor forma para alcançar o tratamento ideal. Toda dor precisa ser acolhida, e o papel do psicólogo é fundamental, pois ele ajuda a pessoa a se sentir bem consigo mesma, compreendendo suas próprias dores”, explica Gabrielle.

A estudante também descreve as melhorias que teve com o acompanhamento profissional. Ela conta que começou a ter mais controle emocional e que, assim que tiver condições financeiras, retomará as sessões. “A terapia ajudou no controle das minhas crises de pânico, no equilíbrio emocional e, principalmente, no desejo de sempre focar no que é mais saudável para a mente, sem precisar de medicamentos. Com certeza, pretendo voltar a fazer terapia muito em breve, assim que tiver mais condições para arcar com esse ótimo investimento”, conclui.

Caso você tenha receio de realizar um atendimento online por não conhecer a procedência do psicólogo, é possível consultar o CRP (Conselho Regional de Psicologia) no site http://cadastro.cfp.org.br/cfp/ para verificar se o profissional está devidamente registrado e apto a exercer a função.Além disso, a psicóloga Talita Lima destaca que há alternativas tanto no setor público quanto no atendimento particular. “Em um nível macro, existem as políticas públicas de promoção da saúde mental. Precisamos defender os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) e demais instituições que oferecem acesso ao tratamento adequado. Já em um nível mais individual, muitos profissionais particulares trabalham com o que chamamos de ‘atendimento social’, no qual abrimos vagas com valores mais acessíveis, destinadas à população em situação de vulnerabilidade”, explica.

Alisson Coelho

Alisson Coelho Silva (acoelho796@gmail.com). Estou no 7º período do curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), campus Imperatriz-MA. Desde 2024, sou estagiário no Portal Assobiar: produzo matérias com diversas temáticas e, dessa forma, contribuo para a ampliação de conteúdos e a cobertura jornalística da região.

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