Um poema...

Nunca te escrevi um poema

Pelo menos não em palavras

E eu fiquei esperando e

esperando as palavras

Passaram-se duas horas,

mas elas não vieram.

É uma tentativa errônea

um poema começar com a palavra

nunca

Assim como erroneamente

tento descrever

o que sinto com a pele e

com os ossos

Ao meio respiro

Arquejo

E me é impossível

Escrever

Transcrever

Inscrever

Subscrever

ou o que seja

Quando sei que com você

Apenas

Vivo

A poesia diária

Em linhas retas e tortas

Que ninguém leu nas nossas mãos

A gente rima em prosa

Desafiando o cotidiano

Sem poesia

E eu nunca te escrevi um poema

porque não sei

porque palavra nenhuma

porque nunca e sempre

porque você sabe

porque te escrever um poema

com palavras

É tão desafiador quanto escrever com água.

(Idayane Ferreira)

Idayane Ferreira

“Jornalista com “abundância de ser feliz”, mais “da invencionática” do que “da informática”, acredita piamente que Manoel de Barros escreveu “O apanhador de desperdícios” baseando nela.“

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