A palavra me move, desmonta e remonta.
Toca-me, amolece, fortalece.
Ela me dá as mãos e me conduz nas decisões diárias do viver.
Às vezes, silencia.
E eu nunca entendo imediatamente.
Angustio, grito por dentro.
Vou cambaleando, buscando seus sons até perceber que seu canto silencioso nunca foi e nunca será inerte.
Então sou eu quem precisa parar.
Nasce um movimento silenciosamente profundo, que chama para fora um novo fragmento de mim.
E ela retorna dançando, fazendo festa.
Vai finalizando a estação seca.
Vai inundando o deserto que também sou.
Há uma árvore frondosa em mim.
Que a palavra ilumina e dá vida.
Mulher preta, baiana do interior, mas acolhida pela capital (Salvador). Jornalista de formação, fui pescada para a cobertura política muito cedo, e aí estou há uma década. Na vida, um ser que deseja experimentar a multiplicidade do Universo e dos universos (humanos). Um coração pisciano que deseja desbravar o desconhecido. Amo os clichês e a forma como se mostram imperativos na vida cotidiana. Simples e grandiosos, acredito que carregam os segredos de um viver “ser”. Como Belchior, “não quero o que a cabeça pensa, quero o que a alma deseja”. E talvez seja este o meu principal desafio. Neste espaço, te convido para refletirmos sobre o cotidiano e como a vida prática nos atravessa.