Memórias afetivo-literárias: Pollyanna

O texto de hoje foi escrito pela Liana Lima. Ela é advogada por formação, empresária por vocação e empenho e é a pessoa mais Pollyanna que já conheci na vida e com isso quero dizer: alguém alto astral que vê sempre o lado bom das situações. Nos conhecemos no curso de Jornalismo, que ela largou porque queria mesmo era cursar Direito. Mantivemos uma amizade forte e sólida, mesmo quando já não estávamos mais estudando juntas e com isso não nos víssemos mais com tanta frequência. A Liana me apresentou uma alegria imensa de viver, um gosto pelas pessoas e pelas boas histórias e também a personagem da Eleanor H. Porter, que dá nome ao livro homônimo: Pollyanna. Nos encontramos numa tarde qualquer e conversamos por horas a fio sobre os mais variados assuntos, de livros lidos ou por ler a testes psicológicos. Ela me atualizou sobre o Bruno e o Germano, dois meninos que eu conheci quando frequentava a casa dela nas empreitadas de trabalhos da universidade. Fiquei muito contente e doida para revê-los e por isso recebi com choque a notícia do falecimento do Germano, 15 dias depois do nosso bate-papo. Na ocasião do nosso encontro, ao meu pedido, a Liana escreveu sobre um livro que marcou a vida dela e que lhe rendeu o batismo de Po(Liana). Entregou-me o texto rabiscado numa folha de caderno, numa letra confusa que eu aprendi a decifrar intuitivamente porque parece muito com o jeito como escrevo à mão. Mais do que um texto sobre memórias afetivo-literárias, deixamos aqui nossa homenagem ao Germano, alguém que tivemos o prazer de conviver e amar.  

Liana Lima: Há alguns anos realizei o desejo de voltar à Imperatriz para ingressar na UFMA. Eu que fui embora adolescente voltei com dois filhos pré-adolescentes. Neste período eu tinha como grandes amigos meus queridos primos-sobrinhos-vizinhos Bruno, de 11 anos, e seu irmão Germano, de 14 anos. Era impressionante como nos divertíamos. Bruno presenteava-me com seus dotes culinários e Germano, o nerd em nosso meio, adorava conversar sobre livros.  Lembro-me bem de quando Germano tirou de suas prateleiras o livro Pollyanna, de Eleanor H. Porter, logo depois Pollyanna Moça. A partir de então passei a ser chamada de Po(Liana), pois a alegria daquela personagem parecia muito com a minha.

Passamos a levar a todos o jogo do contente. Era assim que a personagem Pollyanna, uma criança órfã, nomeava sua habilidade de ver o lado bom de tudo. Logo a filosofia de vida dessa menina passou a ser presente em nosso meio. Hoje, sete anos depois, meus filhos continuam na cidade, atualmente são empresários. Bruno não nos surpreendeu e logo após o ensino médio ingressou no curso de Gastronomia, do Instituto Federal do Piauí e Germano deixou as terras imperatrizenses para estudar em uma universidade federal. Os sonhos dos meninos e da menina Po(Liana), hoje advogada e empresária, tornaram-se realidade. Até hoje jogamos o jogo. É ótimo ver meus filhos e a meus primos-sobrinhos-vizinhos enfrentado com coragem e alegria os desafios da vida adulta.

Estes dias revivi lembranças maravilhosas quando minha amiga de vida Idayane, ao falar de livros que marcam, lembrou-me de como eu me tornei uma eterna Po(Liana). Por isso, convido você, leitor, a aprender como se joga o jogo do contente.

Sobre o livro: Pollyanna é a obra mais conhecida da romancista estadunidense Eleanor H. Porter. Foi escrito em 1912 e “publicado inicialmente em capítulos em um jornal de Boston, Estados Unidos”. Lançado como livro no ano seguinte transformou-se em best-seller. “Hoje, é um clássico da literatura juvenil universal: desde sua publicação, nunca deixou de ser lido e já foi traduzido para em quase todas as línguas. Em 1920, foi filmado pela primeira vez e desde então ganhou diversas refilmagens, inclusive dos Estúdios Disney”.

Idayane Ferreira

“Jornalista com “abundância de ser feliz”, mais “da invencionática” do que “da informática”, acredita piamente que Manoel de Barros escreveu “O apanhador de desperdícios” baseando nela.“

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