Histórias do Volante: Medo no volante

Medo é um sentimento que todo mundo já teve ao menos uma vez na vida. Pode até parecer algo negativo, mas ele também pode nos ensinar algo. Essa semana passei por um grande receio e vou compartilhar a experiência que vivi.

Estava atrás do shopping que fica na BR 010 quando recebi a chamada, foi um homem quem solicitou, confirmei o local de partida e fui buscá-lo. Quando cheguei no endereço e avistei o passageiro iniciei logo a corrida, antes mesmo de ele entrar dentro do carro.  Essa atitude não é recomendada, mas com a intenção de já ir atualizando o GPS acabei fazendo. 

O passageiro se aproximou e disse que não iria, somente enviaria uma encomenda para o outro lado da cidade. Quando o moço me entregou a caixa o suspense começou: era uma caixa pequena, toda embrulhada, não dava para ver o que era. Fiquei com medo de ser algo ilícito e ao mesmo tempo fiquei com medo de recusar e o homem ser agressivo comigo. 

Segui viagem com a caixa, nesse momento já ia fazendo todas as orações possíveis com medo de algo dar errado e eu acabar caindo em uma emboscada da polícia. Fiz print da tela do App para que se alguma autoridade me parasse, eu pudesse provar o que estava fazendo. Dirigir de ponta a ponta da cidade e foi com certeza o maior trajeto que já percorri.

Eu, que já tenho hábito de conversar sozinha, ia me questionando em voz alta: “O que será que tem dentro da caixa? ”, ”Por que não recusei essa corrida? ”, “E se eu me der mal? ”. Foram muitas as perguntas até o destino. 

Chegando na rua em que deixaria a caixa, não havia ninguém no endereço indicado pelo App. Nesse momento já estava suando frio e disposta a ligar para a polícia e entregar a caixa para eles, pois com certeza alguma coisa estava errada.

Peguei o telefone e já estava discando o 190 quando ouvi uma voz: “É aqui, motorista”, olhei e era uma mulher um quarteirão à frente gritando e sinalizando com as mãos. Rapidamente entreguei a encomenda e fui “me” embora. Os R$15 que recebi não pagam a sensação de insegurança que passei.  

No momento que finalizei a corrida, sã, salva e sem problema nenhum com a polícia, relatei o ocorrido a central do App e prometi para mim mesma que nunca mais ficaria responsável em leva uma encomenda sem um passageiro. Até hoje não sei o que tinha dentro daquela caixa e não quero imaginar o perigo que corri.

Por Juliana de Sá

Juliana de Sá

Jornalista por formação e curiosa por vocação! Nas horas vagas dirijo por aplicativo nas ruas de Imperatriz, onde ouço todo tipo de história e as transformo em texto. Às histórias são reais com uma leve liberdade poética, se você gosta de imaginar venha comigo nessa!

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