O cérebro eletrônico faz tudo
Faz quase tudo
Faz quase tudo
Mas ele é mudo?
Gilberto Gil
Há muito tempo ouvimos falar sobre inteligências artificiais. Os filmes, a exemplo da obra de Spielberg, lançada em 2001, “A. I- A Inteligência Artificial”, até a música moderna de Gilberto Gil, demonstram que esta temática vem sendo abordada há muito tempo, e cada dia mais tem feito parte da realidade do mundo “real”. São Alexias, Siris e Magalus, tecnologias a perder de vista. Entram e saem de moda, atualizam e ficam obsoletas num piscar de olhos. Nós, inteligências naturais, queremos seguir acompanhando e consumindo esta modernização.
Para não perder este upgrade, nada melhor que falarmos do que há de mais comentado em termos de inteligência artificial, o Chat GPT. É uma sigla para Generative Pre -Trained, em tradução livre para o português, o transformador pré treinado generativo. O chatbot foi lançado em 2022, em 30 de novembro, numa versão protótipo, tendo como principal função responder questões de alguns campos de conhecimentos, mas a ineficiência em trazer algumas informações de formas precisas e seguras gerou a necessidade de aprimoramento. Buscando reparar os pontos negativos, em março deste ano, foi lançada uma nova versão da plataforma de serviços.
Recentemente, o chat GPT se popularizou no Brasil. “A Inteligência Artificial que conversa com você”. Este é o slogan da plataforma especializada em diálogos, que promete um papo e muita sapiência, em diálogos que se utilizam das estruturas sintáticas que você fornece ao iniciar uma prosa, para trazer elementos para contextualização, interatividade e troca de informações. Você pergunta, ele responde. Acredite, não são respostas monossilábicas. Apresenta respostas bem estruturadas, detalhadas e complexas.
Inicialmente, o Chat GPT era um serviço gratuito, mas já existe uma versão paga, o Chat GPT Plus, que custa 20 dólares ao mês, algo em torno de R$100,70. Bem caro para os parâmetros dos serviços que os brasileiros costumam assinar. Não sei falar muito sobre esta versão, pois não sou assinante. Na verdade, tive poucas experiências com este produto desenvolvido pela OpenAI. Acho a interface simples e pouco convidativa, mesmo para tarefas simples a que se propõe.
Nas redes sociais, não dificilmente nos deparamos com anúncios de cursos de “aprenda a usar o Chat GPT” para os mais variados fins e campos. São aulas para melhorar a vida de profissionais que tem escrita e a informações como instrumentos de trabalho. Devo confessar minha surpresa em notar que mesmo a educação foi contemplada por este mercado. Visto que é uma área que mantém uma relação complexa com a tecnologia. Mesmo sendo público-alvo dos serviços – parece que há uma centralização no professor, e uma vilania, quando os usuários são alunos.
Nas redes sociais, alguns usuários da inteligência artificial vêm demonstrando experiências pessoais com o serviço, e usado toda criatividade para desenvolver conteúdo baseado no desbravamento das novas ferramentas. É o caso de Spartakus Santiago, youtuber e creator, que resolveu criar por meio de A.I possíveis imagens para visualize do álbum de Beyoncé, o “Renascesse”. As imagens ficaram incríveis! Santiago pediu para o Chat descrever uma imagem baseado em roteiros em que ele analisa o disco, em seguida, colou no Mindjourney, que criou o visual. Se eu fosse a Queen B, dava uma olhadinha…
No que diz respeito ao impacto cultural, é perceptível que o advento do Chat GPT modificou o consumo, a produção, autoria e vinculação de informações. Sobretudo, no que diz respeito à autoria, pois nos primeiros três meses deste ano, é possível encontrar na Amazon, diversos livros de autoria ou coautoria do chatboot. “Chat GPT conta sua história: como uma máquina aprendeu a escrever” é um dos exemplos, onde é creditado a autoria ao algoritmo em primeiro lugar, e, em segundo lugar, ao humano, Cyro Miranda, que também é o editor do texto.
Se no passado, as habilidades de produzir e editar textos geravam empregos, hoje, jornalistas, professores, profissionais de marketing alertam para o prejuízo ao mercado de trabalho com a programação e arquitetura chamada transformer baseada numa rede neural e desenvolvida especialmente para lidar com a linguagem modalizada em textos. Substituindo serem humanos na autoria de livros, abre um debate para a substituição neste campo de trabalho.
De certa forma, este texto é metalinguístico, pois fala da escrita, humana e virtual, de inteligências, neste caso, do ponto de vista humano, de quem não é pré-programado, mas escreve com seus limitados “botões de carne e osso… Eu penso e posso”, e, por isso, exercerei o direito de desenvolver estas habilidades. A escrita na web é democrática, gente e computador podem fazer seus inputs e outputs. Sigamos, navegando e escrevivendo. Sem ponto final.