2024: Como eu vou ficar triste, se esse ano eu…

… li em todos os 365 dias.
Uma das trends de final de ano, que surgiu sei lá de onde e que logo logo será substituída por outra, me fez parar e pensar no meu 2024. Este ano de altos e baixos, em que mais me questionei do que tomei decisões, em que fui triste, alegre, muitas vezes raivosa, mas, acima de tudo, li. Li todos os dias.

2024 foi o ano em que a leitura se tornou a minha única constância. Em momentos de desbotamento emocional, eu encontrava nas páginas de um livro um refúgio, um universo paralelo, uma resposta. Transformei frustração em tempo de leitura.  

Foi um ano em que a literatura me ensinou mais do que eu esperava, um ano em que finalmente adotei o hábito de priorizar o que realmente importa. 

Houve raiva, desânimo e dias em que o peso das coisas me fez pensar em desistir de projetos e sonhos. Mas, no fim, percebo que sobreviver ao caos é, por si só, uma vitória. E se esse ano me ensinou algo, foi isso: mesmo nos piores momentos, sempre há algo que vale a pena lembrar com gratidão.

Esse foi o ano em que vivi de tudo: chorei, gargalhei, me irritei, me emocionei. Mas, no meio desse turbilhão, uma coisa permaneceu: eu li. E li como nunca antes. Terminei sagas, box inteiros, livros que esperaram anos na estante: me entreguei à magia de Harry Potter  e encarei o desafiador box da Clarice Lispector, com seus 18 livros. Muitas vezes, fechei o livro no meio da página só para respirar e processar o que tinha acabado de ler.

E mais: 2024 me mostrou que a leitura não é só sobre números ou metas. Não foi apenas sobre bater um recorde pessoal, mas sobre a presença constante dos livros como companheiros de viagem. A leitura foi o eixo que manteve minha rotina girando, mesmo nos dias mais difíceis. Cada página lida foi um lembrete de que a vida é cheia de histórias — algumas que vivemos, outras que inventamos, e muitas que lemos.

Adquirir hábitos começa com pequenos passos constantes. Nem é a quantidade de páginas que importa, mas o ato diário, o compromisso comigo mesma. Que venham 2025 e suas novas aventuras literárias — e quem sabe mais 365 dias de leitura.

Idayane Ferreira

“Jornalista com “abundância de ser feliz”, mais “da invencionática” do que “da informática”, acredita piamente que Manoel de Barros escreveu “O apanhador de desperdícios” baseando nela.“

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