Recentemente, li um post nas redes sociais de uma mãe atípica e também psicóloga que dizia: “Nem tudo no autismo é crise”. Nesse post, a autora mencionou algo com o qual concordo muito, sendo professora, salvaguardando as devidas medidas e o bom senso: antes de serem autistas, as crianças são simplesmente crianças. Não é porque a criança tem um laudo que tudo que ela passa a fazer de inadequado é uma crise devido à sua condição. Às vezes, é apenas um comportamento típico da infância. As crianças neurodiversas, ou não, necessitam ser ensinadas a se comportarem de maneira adequada, para que assim consigam experimentar a vida em comunidade.
É essencial reconhecer que cada criança é única, com suas próprias personalidades, interesses e desafios. Embora um diagnóstico possa oferecer insights valiosos sobre as necessidades específicas de uma criança, ele não deve limitar nossa compreensão sobre ela. Cada comportamento, ação e reação devem ser vistos no contexto mais amplo da individualidade de cada uma delas.
Atualmente, sou professora de algumas crianças atípicas, com diferentes níveis de suporte. Observo que muitas vezes, na tentativa de protegê-las das adversidades do mundo, suas famílias tendem a superprotegê-las. No entanto, é importante reconhecer que, assim como qualquer criança, elas também precisam passar por experiências que as ajudem a desenvolver habilidades essenciais para a vida.
Por exemplo, a comunicação, o manejo das emoções e a capacidade de lidar com a frustração são aspectos fundamentais do desenvolvimento humano que requerem aprendizado e prática, independentemente das características individuais de cada criança. Assim, é essencial encontrar um equilíbrio entre proteger e capacitar as crianças, sejam elas neurodiversas ou não, permitindo-lhes explorar o mundo e crescer em sua plenitude, com o apoio necessário para enfrentar os desafios que encontrarem pelo caminho. Isso só é possível através do conhecimento, do respeito e da empatia com essa fase tão especial que é a infância.