Explorando as partes de um livro físico

Mais do que histórias impressas, os livros são artefatos culturais. Cada uma das suas partes desempenha papel crucial na experiência do leitor. Desde a capa até as últimas palavras, contribui para a magia única que só os livros podem proporcionar. Assim, trago explicações sobre as partes de um livro físico, inspirada em um texto do blog da TAG – Experiências Literárias cujo título é “Quais são as partes de um livro?”.  

Vamos começar por elementos de design e textuais. A capa é a porta de entrada visual que oferece uma prévia do mundo que se desdobra dentro do livro. O design e o título trabalham conjuntamente para despertar nossa atenção. Ao virar a capa, temos muitas vezes um aperitivo literário ou informações que nos orientam sobre o que está por vir: o prefácio ou a introdução. 

Adentramos o miolo, o coração do livro, dividido em partes pré-textual, textual e pós-textual.

Na parte pré-textual, temos a falsa folha de rosto, discreta e protetora, que antecede a folha de rosto. Dedicatórias e epígrafes são como pequenos altares, que preparam-nos para a jornada.

O sumário é um guia confiável que nos orienta, enquanto o prefácio (não confundir com o prólogo), nos revela insights, muitas vezes escrito por outro autor. Os agradecimentos, humildes, podem ecoar no prefácio ou em páginas próprias.

Na parte textual, cada página capitular marca o início de um novo capítulo, enquanto folios numeram silenciosamente. Os capítulos são marcos da leitura, dividindo a narrativa em segmentos gerenciáveis. Seus títulos, por vezes, são pequenas obras de arte literária e podem antecipar acontecimentos ou atiçar nossa curiosidade.  Cabeças, notas e iconografias enriquecem a experiência, adicionando dimensões ao texto principal.

As margens, muitas vezes negligenciadas, são espaços de respiração que cercam o texto principal. Ao avançar, nos deparamos com a parte pós-textual ou os paratextos, o posfácio e apêndices encerram a narrativa, seguidos por glossários, bibliografias e índices que ampliam nossa compreensão. As páginas finais de um livro podem conter epílogos, notas do autor ou até mesmo um convite para a continuação da jornada em uma série. 

O colofão é o último suspiro impresso, revela os detalhes técnicos que deram vida ao livro.

Para exemplificar os elementos físicos de um livro e ajudar na visualização das partes, uso uma ilustração que encontrei na internet.

1 – Comecemos pela cinta, uma a tira promocional que abraça o livro.

2 e 11 – As orelhas, dobras da capa mole, sussurram sinopses tentadoras e/ou trazem informações sobre o autor da obra. 

3 e 8 – A guarda (colada na segunda página) e a folha de guarda, existe apenas em livro capa dura, a primeira (guarda) une a capa ao miolo, formando a base física.

4 e 12 – A primeira capa tem sua contraparte na quarta capa, ou contracapa. Da mesma forma, a segunda capa refere-se à área interna da primeira capa, enquanto a terceira capa é a área interna da contracapa.

5, 6 e 7 – Os cortes superior, dianteiro e inferior são as vitrines das folhas quando o livro está fechado.

9 – A folha de rosto, também conhecida como frontispício, é dedicada à apresentação das pessoas envolvidas no projeto literário. Nela, são destacados o nome do autor, título da obra, subtítulo, tradutor, organizador, ilustrador, fotógrafo, nome da coleção, número do volume e edição.

10 – Base de dobra do livro 

13 – A lombada, orgulhosa, ostenta título, autor e o selo editorial.

Existem ainda elementos adicionais como a  luva, uma proteção adicional, e a sobrecapa, um manto solto que veste o livro.

Cada termo é uma peça única que, ao se unir, transforma um simples objeto em uma jornada literária completa. Desvendar esses termos nos convida a apreciar não apenas a história, mas também a meticulosa arquitetura existente em um livro.

Idayane Ferreira

“Jornalista com “abundância de ser feliz”, mais “da invencionática” do que “da informática”, acredita piamente que Manoel de Barros escreveu “O apanhador de desperdícios” baseando nela.“

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