Capacitismo. Você sabe o que é?

Com o avanço das políticas de inclusão e acolhimento da pessoa com deficiência em espaços públicos, é indispensável rever certas práticas. Por isso, nossa conversa será sobre capacitismo. Você sabe o que é? Você já usou alguma expressão capacitista? Você sabe a importância de combater o capacitismo?

Para Rosana Bastos1, o capacitismo nada mais é do que um nome bonito e moderno dado ao preconceito contra as pessoas com deficiência. Em uma palestra ao TEDx Belo Horizonte2, a atleta explica que o capacitismo está relacionado à discriminação velada que diminui, invisibiliza e limita os indivíduos às suas deficiências.

Uma conduta capacitista implica em não reconhecer uma PCD3 por sua essência humana, mas por suas limitações ao realizar alguma atividade considerada “normal” e cotidiana para quem não tem deficiência.

Para conhecer exemplos de capacitismo você pode usar a hashtag #ÉCapacitismoQuando, que foi criada em 2016, em alusão ao Dia Internacional da Pessoa com Deficiência (3 de dezembro) e reúne, no Instagram e no Twitter, informações e depoimentos pessoais de PCDs sobre o tema.

Alguns exemplos de atitudes e falas capacitista que você pode encontrar com a hashtag:

#ÉCapacitismoQuando – você diz que uma pessoa com deficiência TAMBÉM É NORMAL.

#ÉCapacitismoQuando – você espera que uma pessoa com deficiência sempre tenha algo nobre a ensinar.

#ÉCapacitismoQuando – você acha que vaga para deficientes ou fila preferencial é privilégio.

#ÉCapacitismoQuando – você parabeniza alguém por estar em um relacionamento com uma PCD, como se fosse concessão especial.

#ÉCapacitismoQuando – você acha uma PCD arrogante ou orgulhosa por não aceitar ajuda, que ela não solicitou ou não autorizou.

#ÉCapacitismoQuando – você usa expressões como “tá surdo”, “tá cego”, “você é autista?” para depreciar situações ou pessoas.

#ÉCapacitismoQuando – você diz “nem parece que é deficiente”.

O capacitismo é um preconceito estrutural, muitas vezes disfarçado de “boas intenções”, que deve ser combatido por todos, afim da construção de uma sociedade com iguais condições de acesso aos espaços públicos e oportunidades. Além da promoção de políticas públicas, é necessário que a população desnaturalize expressões e atitudes discriminatórias cristalizadas em nossa sociedade, como as dos exemplos acima. Para isso, o conhecimento é um dos meios mais eficazes! Afinal, as deficiências fazem parte da vida de muitos, mas não podem definir ou diminuir o direito e a dignidade de ninguém!

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1Rosana Bastos: Criadora do Site Inclusivenos.com.br e ex-integrante da Seleção Brasileira de Basquete em Cadeira de Rodas.

2Palestra de Rosana Bastos ao TEDx Belo Horizonte: https://www.youtube.com/watch?v=DyizBjIqubE (Acesso em 22 de outubro de 2022).3PCD: sigla para “pessoa com deficiência”.

Aline Borges

Sou imperatrizense com orgulho! Educadora, estudante, leitora e ouvinte de boas músicas e histórias. Pedagoga por formação, leciono na Uemasul de Açailândia e na Educação Básica em Imperatriz. Acredito no que disse Vinícius de Moraes “A vida é arte do Encontro”.

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